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Crazy Ex-Girlfriend: A obsessão mais divertida e melódica

Atualizado: 14 de ago. de 2020


Crazy Ex-Girlfriend é uma série musical de quatro temporadas, criada e protagonizada por Rachel Bloom. A comédia mostra a vida de Rebecca Bunch, uma advogada de sucesso de Nova Iorque, depois de se mudar para West Covina, na Califórnia, atrás de um ex-namorado que encontrou na rua dez anos depois de acabarem.


Eu sei, parece o resumo de uma comédia romântica básica que já foi feita milhares de vezes, mas Crazy Ex-Girlfriend é diferente, porque é uma sátira a estes tipos de filmes e séries. Todas as ações que parecem românticas em filmes, mas que são na verdade arrepiantes (seguir um ex-namorado a todos os sítios que ele vai através de redes sociais, por exemplo), são tratados como tal. A série desconstrói todos os pontos principais de uma comédia romântica, usando a moralidade da protagonista para justificar todos os atos, ao mesmo tempo que mostra o quão ridículos e errados os atos de Rebecca são.


Rachel Bloom tem já alguma experiência em escrever músicas com teor cómico, com músicas em vários canais do YouTube, e Crazy Ex-Girlfriend deu-lhe a oportunidade de fazê-lo constantemente. Todas as músicas da série são escritas e coreografadas de forma incrível, e inserem-se na narrativa de uma forma natural. A série tem o hábito de parodiar um sem número de gêneros, artistas, videoclipes, músicas, e musicais desde Jessica Rabbit, a Green Day, a Mariah Carey, até metal e La La Land, sempre escritas de forma a fazer sentido simbolicamente dentro da narrativa da série, e sempre de forma a incluir a dose necessária de humor. Uma das músicas mais memoráveis para mim é Buzzing in the Bathroom, uma canção sobre a traição de um homem que ouve a sua mulher entrar na casa-de-banho acompanhado do som de um vibrador... ao som de uma música de Os Miseráveis. Quem é que pensa nisto? É só incrível.


Claro, a série segue bem as regras de um musical: existem vários motifs sonoros, músicas que se repetem mais à frente com significados diferentes, e é no geral uma paródia afetuosa do gênero. De acordo com Bloom, a série sempre foi planeada para quatro temporadas, e nota-se. A história é concisa, fluída, e ainda mais de interessante ao rever, com pistas e referências escondidas que o público só vai reparar ao fazer isso.


É claro, mesmo as partes não musicais são incríveis. Crazy Ex-Girlfriend mistura o realismo e o exagero de forma incrível, num momento fazendo-te sentir pena das personagens, no outro a fazer-te rir com um trocadilho longo e impressionante. As atuações estão a um nível bom, embora não são o que mais me manteve interessado. Mesmo assim, muito nomes de renome no mundo musical tiveram papéis na série: Patti Lupone e Tovah Feldshuh são exemplos. A cinematografia tem momentos bons, mas é mais restringido aos momentos musicais do que a qualquer momento falado.


Que mais posso dizer? Não muito. Crazy Ex-Girlfriend fez-me rir, chorar, e várias músicas da série estão presas na minha cabeça, talvez para todo o sempre. Recomendo vivamente que vejam, porque é refrescante ver algo subverter tão fortemente as histórias de romance.



Filipe Melo

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