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Good Omens: Dois amigos contra o Universo


Good Omens é a história de como dois amigos improváveis, um anjo e um demónio, conseguiram arruinar o apocalipse.


Originalmente um livro escrito por Neil Gaiman e Terry Pratchett, esta história encantadoramente cómica estreou na Amazon a 31 de Maio de 2019, com Michael Sheen e David Tennant nos papéis de Aziraphale e Crowley, os dois protagonistas. A minissérie acompanha-os ao longo de todas as preparações para o apocalipse, com o nascimento do anti-Cristo e a profecia do fim do mundo, e todas as peripécias que advêm de tentar impedi-lo.

Com apenas seis episódios, talvez possa parecer que o ritmo da história é um problema. Folgo em dizer que não é: Good Omens mantém um tom consistente, hilariante e enternecedor de início ao fim, com imensas referências ao livro original escondidas para quem souber encontrá-las. Um bom exemplo disto é o uso de músicas de Freddy Mercury ao longo da minissérie, uma referência ao Bentley demoníaco de Crowley, que transforma qualquer música deixada dentro do carro num álbum dos melhores hits dos Queen.


As personagens de Aziraphale e Crowley estão incríveis. Uma dupla oposta em tudo, mas aliados pelo seu amor pela humanidade e pelo mundo, têm uma química fantástica e cativante. Aliás, é uma química semelhante a um casal junto há muitos anos, e, apesar de nunca ser explicitamente dito na série, tantos os atores como os criadores decidiram tratar a dupla como se de um casal tratassem. David Tennant talvez é o meu preferido dos dois: há uma energia caótica e burra que emana dele que é apenas hilariante de se ver, especialmente quando as ideias brilhantes dele decidem-lhe lixar a vida no pior momento possível.


Isto não quer dizer que o resto do elenco é mau, na verdade. Jon Hamm, por exemplo, é muito bom no papel do anjo Gabriel, alguém que, apesar de fingir ser a representação do “bem”, está mais interessado na manutenção da ordem do mundo e de manter o plano de Deus. Deus, já agora, é a narradora da história, com a voz de Frances McDormand. Por muito que goste dela, não sei se foi a melhor maneira de adaptar a personagem.


O que me leva a um dos problemas com a série: às vezes, parece ser uma adaptação palavra por palavra do livro. Há momentos (especialmente quando há narração) que parecem não ter ficado completamente traduzidos para um meio visual. É disfarçado com a natureza da história, que é por si bizarra e algo fantástica, mas pode não agradar a todos.


Um outro problema são os efeitos visuais. Há uma cena no final da série onde conseguimos ver para onde foi o orçamento de efeitos especiais. O resto da série teve que se contentar com efeitos muito mais simplistas. Alguns resultam muito bem, mas outros conseguem ter falhas muito más. A personagem Dog, na sua introdução, é um exemplo de um efeito que não ficou de todo muito bem. Mais uma vez, a natureza da história pode deixar perdoar estes aspetos, devido ao ambiente cómico e fantástico, mas não é para todos.


Good Omens, assim, é uma mini-série hilariante que nos aquece o coração, tentando mostrar que, sim, o ser humano é bom, e sim, o mundo merece ser salvo. Mesmo com todas as suas falhas.


Filipe Melo

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