top of page
Foto do escritorunderscop3

Atlântida: O Continente Perdido- Um Filme Experimental que Merece um Remake



Os nossos seguidores do Instagram tiveram a oportunidade escolher entre oito filmes da Disney, aquele que merecia mais um remake face aos outros. Para minha felicidade, os dois filmes que foram à final são: “O Planeta do Tesoura” e “Atlântida: O Continente Perdido”. O vencedor foi Atlântida, e a aventura de Milo vai ser aqui analisada, bem como razões que podem ser suficientes para um dia se produzir um remake.


Como sabem, os estúdios da Disney lançam filmes desde 1937, e há quem divida certos períodos por eras, que constituem um certo leque de filmes dentro dos mesmos prismas. A primeira década do século XXI é denominada de “era experimental”, isto porque, contrariamente aos anos 90 repletos de filmes acerca de heróis, princesas, príncipes, amor verdadeiro e músicas inesquecíveis, o início dos anos 2000 foi marcado por histórias distintas umas das outras, com poucas semelhanças entre si. Os paralelismos são mais evidentes entre Tarzan, Hercules e Aladino, do que por exemplo entre Atlântida, Chicken Little e Lilo e Stitch. Outra caraterística desta era foram as fracas receitas dos filmes, alguns até obtiveram prejuízo. De uma forma geral, os números distanciavam-se bastante dos valores obtidos pelos filmes dos anos 90. Neste sentido, entendo que a decisão de oficializar a produção de um remake com base num original que deu poucos lucros é de facto arriscada. Até porque a temática da mítica cidade já foi abordada algumas vezes, de diferentes formas obviamente. Não obstante, algo que poderia incentivar o público a dirigir-se ao cinema para ver um possível remake ou live-action da “Atlântida”, seria a construção de um leque de atores muito conhecidos, que num espaço recente tenham marcado a indústria do cinema, isto combinado com um trabalho eficaz de publicidade e marketing, algo que a Disney já domina.


O início do filme é marcado pelo mistério. Há milhares de anos atrás, Atlântida está no auge do seu desenvolvimento, até ao momento em que não conseguem controlar a sua fonte energia, que cria uma onda gigante. À medida que esta se aproxima, a rainha é absorvida pela energia, e defesas são criadas à volta da cidade, que posteriormente é engolida pelas águas. De seguida, somos levados para o ano de 1914, e conhecemos o nosso protagonista, o linguista e cartógrafo Milo Thatch. Este cresceu a ouvir histórias do seu avô acerca da cidade perdida. Milo seguiu as pisadas do seu avô, e foi capaz de descobrir a localização do mapa até à Atlântida, mas nenhum historiador lhe dá credibilidade. Só que tudo muda quando é convidado a conhecer Preston Whitmore, um amigo do seu avô. A partir daqui a sua aventura começa, com Preston a oferecer uma data de recursos para a descoberta da cidade escondida, tudo porque também pretende ajudar a concretizar o sonho do avô de Milo. Quer esta personagem que ajuda Milo, quer as restantes que fazem parte da equipa, em nada têm em comum com as habituais personagens que a Disney nos apresenta. Por exemplo, Helga Sinclair, que apresenta Milo a Preston, é uma personagem que foge dos estereótipos habituais dos filmes dos anos 90. A inocência e a delicadeza que personagens femininas possuem e que nos habituaram desde os primórdios do estúdio, são substituídas por provocação e alguma agressividade em alguns níveis. No que toca à princesa, a única que se pode assemelhar a ela é a Mulan, pois ambas partilham o espírito de guerreira e com motivações bastante claras. Porém, tal como referi anteriormente, o filme não arrecadou lucros sólidos, e provavelmente por esse motivo, a princesa Kida não pertence de forma oficial à franquia de princesas da Disney.


Durante a aventura, novas personagens são apresentadas com as quais Milo tem de se adaptar, e todas elas possuem histórias e personalidades muito distintas do habitual mais uma vez. Esta longa metragem quase que parece um protótipo de uma aula em que o tema é uma explicação de como criar personagens diferentes em vários sentidos, e que partilham o mesmo espaço constantemente. Neste sentido, por este filme ser distinto dos clássicos anteriores, e também por aglomerar bastante informações densas, quer ao nível do argumento, quer ao nível de construção de personagens, pode induzir ao público mais novo uma certa estranheza, o que pode explicar os fracos resultados do filme.


Agora falemos da criação em si do remake ou live-action (como quiseram chamar). Atualmente, existe tecnologia suficiente para recriar os cenários da Atlântida de maneira bastante realista, e ainda por cima, todo o original oferece muito material em termos de estética e de imagem para se produzir um novo filme com foco nas cenas de ação e de aventura. Todas essas sequências inserem-se em locais amplos e com caraterísticas próprias. No início temos uma perseguição debaixo do mar, a meio a cidade é o principal foco, e no fim é o ambiente vulcânico a servir como o apogeu. No fundo, existem mais que condições para a criação de um remake que faça justiça ao original.



No que toca à escolha dos atores, deixei em cima uma imagem que coloca opções interessantes para quase todas as personagens. Todavia, quero focar-me em duas personagens que deveriam ser envergadas por atores que não estão na ilustração. Para o papel de Milo, acho mais viável que Tom Holland e Andrew Garfield sejam os principais candidatos ao papel. Ambos são mediáticos. Tom Holland é ligeiramente mais conhecido por fazer de homem-aranha nos filmes da Marvel, e porventura podia ser a escolha mais fácil, pois sendo uma cara mais conhecida, um retorno financeiro de altas proporções seria mais fácil de atingir. Mas considero que Andrew Garfield adequa-se mais ao protagonista por aparentar ser da mesma faixa etária. Tom Holland é ligeiramente mais novo do que a figura de Milo. Para o papel de princesa Kida, evoco dois nomes de duas atrizes que também marcam presença na MCU: Zoë Saldaña e Zendaya. Ambas possuem talento para perfeitamente fazer o papel da princesa, mas tudo depende da escolha do ator principal. Nesta lógica, gostaria que os estúdios da Disney tivessem em consideração as seguintes duplas: Tom Holland com Zendaya, e Andrew Garfield com Zoë Saldaña. A escolha fácil seria a dupla de atores dos filmes do homem-aranha, mas por ser um conjunto de atores que preenchem os grandes ecrãs há algum tempo, e que continuarão presentes em futuros filmes, acho que seria cansar o olhar do espectador, pois estaríamos sempre a ver a mesma dupla amorosa num curto espaço de tempo. Logo, a dupla Andrew Garfield e Zoë Saldaña para mim faz mais sentido, até porque adequam-se mais às personagens do que a dupla anterior.


Por fim, desde que a Disney começou a investir em remakes de grandes filmes da sua história, sempre dediquei atenção a futuros projetos que estariam em mente do estúdio. E filmes com pouco lucro raramente estavam nos planos. E dentro desse leque, claramente que “Atlântida” merece um remake, pois oferece imensas caraterísticas que bem aproveitadas poderiam construir um grande filme. Caso se confirme, espero que exista especial atenção aos efeitos visuais, bem como a um esforço minucioso no toca a apresentar cada personagem do original de forma natural, e que cada ator escolhido consiga passar para o exterior o principal traço da sua personagem, pois já que as algumas personagens secundárias possuem pouco tempo de ecrã face às restantes, convém que logo no primeiro momento seja evidenciado a particularidade principal que distinga uma personagem das outras.


Diogo Ribeiro

51 visualizações0 comentário

Comentarios


bottom of page