top of page
Foto do escritorunderscop3

Birds of Prey- Será que é capaz de ofuscar Suicide Squad?



Qualquer filme relacionado com o tema de super-heróis e vilões acarreta uma grande responsabilidade, em consequência da evolução na ligação entre os fãs e os estúdios de cinema. A exigência aumenta de ano para ano, sendo requerido pelo público mais diversidade e complexidade.

Ao longo destes anos, a DC tem recebido um tratamento agridoce, ora realizam filmes extraordinários que atingem o contentamento máximo de quem os vê, ora produzem longas-metragens que são um fracasso a todos os níveis. O ponto mais baixo atingindo pela DC foi com Suicide Squad, um filme que, de uma forma geral, comprometia-se a cumprir muitos objetivos, mas no fim atingiu muito pouco. Surge agora Birds of Prey, que retrata o dia-á-dia da vida de Harley Quinn, após os eventos de Suicide Squad. Como se trata de uma sequela de um filme que foi um desastre, levanta-se a seguinte questão: será que este filme é capaz de apagar da memória a existência do seu antecessor?

Em primeiro lugar, saliento que a prestação de Margot Robbie é de facto uma “emancipação fantástica”, consegue manter o nível de loucura exibido no primeiro filme, e acrescenta alguns pontos de personalidade na personagem que até agora não tinha revelado. Este mergulho em novos sentimentos, advém da sua separação de Joker. Em consequência deste evento, Harley Quinn revela-se como uma pessoa normal, alguém que sente tristeza, ressentimentos e saudade derivado de uma separação amorosa. Todavia, esta surpreendente exteriorização, é sempre acompanhada pela sua habitual insanidade que já conhecemos. Isto, reveste a personagem de muita complexidade, proveniente de um aprofundar bastante astuto no que toca ao desenvolvimento da personagem.

Apesar de Harley Quinn ser o foco principal, existem outras personagens que também iluminam a narrativa. Não obstante, o tempo colocado nas personagens secundárias não é bem aplicado. A meu ver, o filme fornece minutos mais que suficientes ao setor secundário, só que o entrave que senti foca-se no seguinte: individualmente as personagens não são exploradas de forma considerável, de forma a aproximarem-se do nível da protagonista. Por outras palavras, os minutos dedicados a explicar os complementos da narrativa, no que toca às personagens, é desajustado, proveniente de uma certa velocidade elevada, que apenas acrescenta alguma confusão. Este ponto resume-se a uma decisão feita pelos produtores do filme, que se baseia no foco da narrativa. Este último, oscila entre não só adaptar Harley Quiin numa equipa composta por outras personagens (tal como em Suicide Squad), mas também em evidenciar ela mesma como o centro das atenções. E este desequilíbrio acelerado apenas transfigura a temática para uma certa desorganização.

Uma caraterística do filme que não pretendo deixar escapar é um certo detalhe que decora a ação do filme. Não me refiro aos acontecimentos propriamente ditos, mas sim ao método que por vezes são exibidos. Melhor dizendo, existem saltos cronológicos, com vista a explicar como é que certa personagem se deparou com um determinado acontecimento, e este aspeto melhora graças à divertida narração de Harley Quinn.

Por fim, considero lógico afirmar que este filme não alcança o patamar de Mulher Maravilha, mas é capaz de compensar Suicide Squad. Constitui-se um filme simples, que cumpre o objetivo primordial de garantir o entretenimento, pois serão duas horas com muita gargalhada à mistura, apesar de não estar entranhado uma narrativa solidificada, ou seja, o que apresenta não preenche com nota categórica o “palato” visual, mas lá no fundo possui alguma qualidade.


Diogo Ribeiro

19 visualizações0 comentário

Comments


bottom of page