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Carros: Análise à Trilogia



Decidi escrever uma crítica na qual abordarei os três filmes dos Carros, realizados pela Disney Pixar. Concluí que é melhor juntar todos os filmes nesta publicação, para realçar algumas comparações.


O primeiro filme, lançado em 2006, foi uma das melhores obras-primas da Pixar. Creio que não necessito de resumir a história de nenhum deles, porque creio que todos a conhecem. Mas o que sobressai da mesma, é a evolução do protagonista ao longo do filme. Lightning McQueen, inicialmente, é nos apresentado como alguém egoísta, egocêntrico, convencido, e que não dá valor ao trabalho de equipa. Ao longo do tempo de tela, o carro com o número 95, percebe a importância da amizade, de ajudar os demais, e entende que ganhar a taça pistão é algo secundário, pois compreendeu que no fundo é uma taça vazia. Todo este desenvolvimento da personagem, é possível, pois à volta do mesmo, existem personagens muito bem construídas, que o ajudam a erguer-se e a depositar relevância em valores indispensáveis para a sua vida. Neste âmbito, surge Doc Hudson, um antigo corredor que foi colocado de parte do desporto após um grave acidente nos anos 50, depois de ter sido tricampeão da competição. Todavia, ele mesmo evolui, pois no início acreditava que não precisava de alguém do mundo das corridas na vida dele. No fim, aprendeu que não podia pensar apenas nele próprio. Desta forma, temos uma relação de aprendiz e mestre, na qual ambos crescem e aprendem valores importantes. O final do filme é extraordinário, pois McQueen abdica da vitória da corrida para ajudar um rival, isto posteriormente a ter ajudado todos os habitantes de Radiator Springs. Uma longa metragem muito bem produzida, com uma construção profunda das personagens, e com mensagens bem claras para o público mais novo.




Carros 2, por outro lado, é para mim o pior filme feito pela Pixar. Distancia-se totalmente da magia do primeiro. Neste, os aspetos positivos são a introdução de mais momentos engraçados, e a introdução do tema das energias renováveis. Mas ficamos por aqui. O argumento foca-se quase de forma íntegra numa vida secreta em que o Mater se insere. Percebe-se logo desde o começo que o tema da espionagem vai ser o motor do filme. Daí divergem vários momentos em que os carros realizam tarefas e ações que só os humanos são capazes de fazer. Deixa de ser um filme sobre valores, e de aprendizagens, e passa a ser uma longa de metragem de apenas ação, com explosões e perseguições. Na realidade, este filme foi um passo atrás face ao primeiro. Destoa completamente de todos os aspetos positivos que o seu antecessor oferece. Não aprofunda conceitos e morais essenciais. O alargar do universo dos carros apenas transborda confusão, e não acrescenta nada. Um filme que garante um entretenimento fácil, sem ir mais além.



O último filme da trilogia, surge na necessidade de ofuscar o segundo. Desde a exibição dos trailers, percebeu-se que iriamos ter acesso a um regresso às origens. Lightning começa a perder o protagonismo nas corridas para carros mais futuristas, e percebe que o seu lugar no desporto está em risco. Neste sentido, deposita mais esforço nos seus treinos, com o auxílio de Cruz Ramirez, uma treinadora que sempre sonhou em ser uma corredora. Ambos treinam, e descobrem novos métodos para aumentar as capacidades de McQueen. Na corrida final, o protagonista sente novamente as mesmas dificuldades, e tomou a decisão de oferecer o seu lugar na pista à sua ajudante. Inferiu que era altura de ser instrutor de Cruz, tal como Doc Hudson foi o seu no passado. Antes disso, percebeu que Doc Hudosn viveu os momentos mais felizes da sua vida, à medida que o ajudava nas corridas, e concluiu que era momento de passar o testemunho a alguém que merecia uma oportunidade e que nunca a teve. Uma decisão que sinceramente eu não esperava, e que me surpreendeu pela positiva. No fundo, temos um filme que alcança os calcanhares do primeiro.


De uma forma geral, temos uma trilogia bastante sólida. Na qual, o primeiro e o terceiro seguram as fraquezas do segundo, com o original a ter principal destaque. Claro que seria uma tarefa árdua superar o primeiro filme, e são poucas as sequelas que o conseguem. Infelizmente, o “Carros 2” não oferece nada de novo, pelo menos algo que seja memorável. O terceiro, ao explorar os valores do primeiro, surge no sentido de salvar aquilo que devia ter sido feito no anterior. Uma trilogia que merece ser revista vezes sem conta, com o original a ter principal notoriedade.




Diogo Ribeiro

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