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Elf: O Natal Mais Simples

Atualizado: 27 de dez. de 2020


Era uma vez um elfo muito peculiar chamado Buddy (Will Ferrell). Buddy é mais alto, mais trapalhão, e não consegue fazer a maioria das coisas que um elfo faz, fazendo-o sentir diferente. Um dia, o seu pai (Bob Newhart) conta-lhe a verdade: Buddy é um humano que, há trinta anos atrás, entrou no saco de brinquedos do Pai Natal (Edward Asner) e foi parar ao Pólo Norte. Com o seu mundo agora virado do avesso, Buddy vai a Nova Iorque para conhecer o pai (James Caan) que o abandonou.


Elf é uma comédia de Jon Favreau, um diretor conhecido pela visão mais idealista das suas histórias. Essa visão adequa-se perfeitamente a este filme, com uma narrativa simples e tradicional sobre a importância do espírito de Natal. Admito, é um bocado lamechas, mas resulta.

Toda a narrativa assemelha-se a um conto infantil, com um contraste entre o Pólo Norte e Nova Iorque. O Pólo Norte parece que saiu de um especial de Natal, animado em stop-motion, imitando a natureza jovial, alegre e inocente de Buddy. Por outro lado, Nova Iorque é o mundo real, mais realista, refletindo a personalidade de Walter Hobbs, o pai que o abandonou. Esta discrepância entre os dois mundos acaba por refletir o conflito principal do filme, representado nas personagens principais.

Não sou muito fã do filme, para ser sincero. É um filme de 2003, por isso talvez seja injusto da minha parte criticá-lo pela mensagem simplista e batida da magia do Natal, mas todos os pontos principais da narrativo são algo banais. O apelo principal do filme é a comédia, especialmente a física. Comédia física é a especialidade de Ferrell, e o ator consegue usar isso a seu favor. A edição ajuda, com certas transições a enfatizar as piadas.


Por falar nos aspetos técnicos, tenho que admitir que os efeitos são todos práticos e brilhantemente executados. A tecnologia de CGI não era exatamente incrível em 2003, e o uso talvez teria datado o filme. Ao recorrer a efeitos práticos, a magia do filme mantém-se quase duas décadas depois. Dou destaque às cenas no Pólo Norte, quando Buddy está na mesma cena que os restantes elfos. Não há nenhum efeito aplicado pós-gravação para diminuir o tamanho dos atores, e apesar disso, resulta. Não consigo imaginar a dificuldade que foi gravar isso.

Há algumas cenas aqui e ali que são genuinamente interessantes e engraçadas. Nenhuma delas contém Zooey Deschanel, cuja personagem é o interesse amoroso de Buddy no filme. Não percebo o porquê desta personagem existir, para além de haver um romance para atrair audiências. O foco na família era o suficiente para carregar a narrativa emocional do filme, não era necessário a parte romântica.


Um pequeno aparte: dou os meus parabéns a Mary Steenburgen por conseguir representar uma mulher que descobre que o seu marido tem um filho secreto que pensa que é um elfo, sem nunca ter ressentimentos sobre esse filho. É uma situação tão bizarra que a frase anterior não faz sentido sem ver o filme, e mesmo assim consigo acreditar na prestação dela.

Elf não é o meu tipo de filme. É uma comédia idealista sobre o poder inspirador do Natal, como essa magia natalícia é a coisa mais importante, tão importante como a família. É lamechas, com momentos de humor aqui e ali. Enfim, para quem gosta de uma história simples e tradicional de Natal, é um bom filme.


Filipe Melo

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