Normalmente a corrida do Azerbaijão oferece aos fãs grandes surpresas e pódios imprevisíveis. Basta relembrar o pódio de Sergio Perez e de Lance Stroll há uns anos, bem como o azar de Sebastian Vettel quando perdeu a liderança da prova quando conduzia pela Ferrari. Sem esquecer o último acidente entres os dois carros da Red Bull, na altura com Verstappen e Ricciardo, que conduziu ao abandono de ambos.
Neste fim-de-semana, a Red Bull partia com larga vantagem face à Mercedes, uma vez que os pilotos da equipa germânica durante uma sessão de treinos não conseguiram colocar os seus monolugares no top 10. Na qualificação esperava-se a pole para o piloto holandês, mas foi novamente Charles Leclerc a conquistar o primeiro posto na grelha de partida, com o atual campeão em segundo e o rival deste em terceiro. O monegasco beneficiou do despiste do Alpha Tauri de Tsunoda que levou ao encerramento da sessão, impossibilitando os pilotos de melhorarem os seus tempos numa segunda tentativa. Contudo, na corrida de domingo, e devido à grande diferença entre os carros da Ferrari face aos poderosos líderes do campeonato, Charles Leclerc não foi capaz de resistir à pressão de Lewis e Hamilton, portanto na volta 8 já se encontrava em quarto lugar. Quem surpreendeu foi Sergio Perez, que realizou ultrapassagens incríveis nas primeiras voltas de modo a não perder terreno para Lewis e Max. O heptacampeão perdeu a liderança para o seu rival por causa de um atraso nas boxes, um infortúnio que não marcou a passagem de Verstappen pelas boxes. Sergio Perez também beneficiou desse incidente e a primeira dobradinha da Red Bull avista-se a passos largos.
No decorrer da volta 31, Lance Stroll teve um furo no pneu e despistou-se na reta da meta, um azar enorme para quem iria acumular muitos pontos. O safety-car entrou em pista e só saiu na volta 35. No recomeço da corrida foi Sebastian Vettel a surpreender tudo e todos ao ultrapassar o monegasco e o francês da Alpha Tauri. De facto, este circuito é um dos favoritos do alemão pois sempre finalizou a prova dentro do top 4.
A 5 voltas do fim o azar marcou a performance do líder da corrida. Max Verstappen abandonou a prova devido a um problema mecânico que conduziu ao seu despiste. O atual líder do campeonato ficou furioso com este desfecho, pois previa que o seu rival acumulasse pontos suficientes para o ultrapassar no mundial de pilotos. A corrida foi interrompida devido à grande acumulação de destroços perto da meta. Algo que a meu ver não era necessário, pois a poucas voltas do fim faria mais sentido a corrida acabar com o safety-car em pista com a obrigação de passarem pelas boxes para se evitar os destroços e não incomodar a limpeza do traçado. Todavia, a corrida retomou numa situação de largada na reta com duas voltas para o final. Lewis Hamilton cometeu um erro enorme ao tentar ultrapassar o líder Sergio Perez na primeira curva. O heptacampeão queimou a travagem e não teve ângulo suficiente para realizar a curva e foi obrigado a utilizar a escapatória, caindo para os últimos lugares. Na última volta, Charles Leclerc fez de tudo para garantir um lugar no pódio, mas a defesas astutas de Pierre Gasly foram suficientes para resistir à pressão do nrº1 da Ferrari. Desta feita, formou-se um pódio imprevisível, com Sergio Perez a vencer a corrida, a segunda da carreira, e Sebastian Vettel ocupou o segundo lugar e com isso conquistou o prémio do piloto do dia e seguiu-se o francês da Alpha Tauri no terceiro lugar.
No fundo, provavelmente temos a melhor corrida do campeonato até ao momento, onde os líderes não acumularam nenhum ponto, algo que já não acontecia há muitos anos. Neste sentido, os lugares cimeiros da classificação dos pilotos não se alteraram, mas a Red Bull cimentou a liderança, agora com uma vantagem de 26 pontos para a Mercedes.
O próximo Grande Prémio será em França no dia 20 de junho.
Diogo Ribeiro
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