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Harry Potter: A obra-prima geracional de J.K.Rowling




Em criança, eu cansava-me de ouvir falar em sagas como “Star Wars” e até mesmo a série “Star Trek” e pensava que gostava de acompanhar assim um ‘fenómeno’ cinematográfico. Por sorte a minha, J.K. Rowling e a empresa Warner Bros. decidiram transformar estes sete livros da saga do rapaz com uma cicatriz na testa em oito filmes que criaram uma das maiores bases de fãs de sempre, da qual eu me considero parte. Desde já eu peço desculpa por (provavelmente) ser picuinhas a mais, mas os erros/alterações dos livros para os filmes irritam-me um pouco.


Harry Potter and The Philosopher's Stone (2001)


Quatro anos depois do lançamento do primeiro livro, a Warner Bros. apresenta-nos o primeiro filme da saga. Curiosamente, é o filme que menos gosto da saga. Atenção, não confundam menos gosto com menos conseguido. Eu considero que Philosopher’s Stone perde algum do apelo presente no livro. Hogwarts não parece ser tão mágico com o livro nos faz imaginar que é, os jogos de Quidditch têm mais encanto nos livros. Para além disso, na reta final do primeiro filme, nos diferentes obstáculos que protegem a pedra filosofal, falta um obstáculo, o do professor Snape. No que toca à história, tanto o livro como o filme não nos apresentam nada de muito importante para o resultado final da saga. Contudo, continua a ser um bom filme introdutório para uma saga incrível e de todo que não é o filme que mais me incomoda da saga. No entanto, também não me deslumbra.


Classificação final: 7,3/10

Classificação IMDb: 7,6/10


Harry Potter and The Chambers Of Secrets (2002)


Em “Chambers Of Secrets”, Harry e Ron regressam a Hogwarts para o segundo ano escolar para dar nas vistas. Perdem o comboio, vão de carro-voador para a escola, destroem uma árvore na chegada à escola, perdem o carro, são castigados pelos danos causados e são vistos a voar por Muggles. Ah, quase que me esquecia: a mãe de Ron envia-lhe um ‘gritador’, fazendo passar uma das maiores vergonhas que um adolescente pode imaginar. Isto tudo sem entrar na parte mais grave do filme. Com isto refiro-me ao facto de que a escola inteira descobre que Harry consegue falar com cobras e essa habilidade está relacionada com a magia negra. Para além disso, vários alunos começam a surgir petrificados e Harry consegue fazer a proeza de estar sempre no sítio errado à hora errada, fazendo com que a escola inteira o considere principal suspeito. Entretanto, Dumbledore é retirado do cargo de diretor (muito temporariamente) porque não consegue parar os ataques, levando a que Harry e o Ron (com a ajuda da petrificada Hermione) acabem a sua investigação. Investigação essa que revela que Lord Voldemort andava a possuir a irmã de Ron (Ginny Weasley) para purificar a escola (matar todos os que fossem sangue-de-lama). Mais uma vez Harry derrota o seu inimigo e consegue provar a inocência de Ginny.

Pessoalmente eu considero que “Chambers Of Secrets”, ao contrário de “Philosopher’s Stone” é importante para o resto da saga. No entanto, continuam a existir várias falhas que me incomodam sendo que, a mais crítica é na cena do clube de duelos em que um operador de câmera aparece em cena. Enquanto filme, não é muito melhor que o seu antecessor, apesar de o superar. Isto acaba por deixar uma boa oportunidade de progressão para os filmes seguintes.


Classificação final: 7,5/10

Classificação IMDb: 7,4/10


Harry Potter and The Prisoner of Azkaban (2004)


Possivelmente, o meu favorito da saga. “Prisoner of Azkaban” é muito importante para o desenvolvimento da história: apresenta-te três personagens novas de destaque (Remus Lupin, Sirius Black e Peter Pettigrew), sendo que duas delas são duas personagens com enorme influência no ‘Golden Trio’ (Harry, Ron, Hermione) e uma que marcou a vida de Harry (o traidor Pettigrew). Para além disso, o filme apresenta-te toda uma complicada relação que Severus Snape tinha com Sirius Black e o seu antigo grupo de amigos (Remus Lupin, Peter Pettigrew e James Potter). Não esquecer que é o ano em que a Hermione tenta assistir ao dobro das aulas que devia com a ajuda de um ‘time-turner’, se bem que essa parte do filme está muito melhor apresentada no livro. Para mim este é o meu filme favorito da saga porque introduz um ator que eu admiro muito (Gary Oldman) numa das minhas personagens favoritas (Sirius Black) e apresenta também uma enorme e vincada relação com os filmes que se seguem.


Classificação final: 8/10

Classificação IMBd: 7,9/10


Harry Potter and The Goblet Of Fire (2005)


Calmamente… O Dumbledore perguntou calmamente!! Desculpem, mas quem leu os livros percebe esta entrada. Brincadeiras à parte, “Goblet Of Fire” é um filme bem conseguido um erro mínimo aqui ou acolá para ajudar o filme a ser mais fluido, tornando esses erros aceitáveis. Agora o erro de interpretação de Michael Gambon na cena em que o Dumbledore pergunta ao Harry se meteu o seu nome no cálice é ridículo. Contudo, é o único erro grave que aponto a um filme muito bom. Desce um pouco o nível deixado pelo seu antecessor, mas continua a ser superior aos dois primeiros. Também é neste filme que vemos pela primeira vez, Ralph Fiennes como Lord Voldemort que, com um pouco de teatro a mais, torna esse mesmo teatro muito bom para o vilão que está a representar. Também não posso deixar de lado, o facto de que este filme simboliza a perda da inocência para Harry Potter. Testemunha a morte pela primeira vez, nota-se pela primeira vez que a personagem tem interesse amoroso noutra e o drama causado pelos seus dois melhores amigos melhora tudo isto.


Classificação final: 7,8/10

Classificação IMDb: 7,7/10


Harry Potter and The Order Of The Pheonix (2007)


Deus nosso senhor, tira-me isto da frente. É só isto que tenho a dizer sobre este filme. O que é isto? Em primeiro lugar, o erro mais crítico da saga é neste filme: após a morte de Sirius, o livro dedica um capítulo inteiro à conversa de Harry e Dumbledore. Mais de 20 páginas dedicadas a uma das conversas mais importantes de toda a saga! No filme reduzem isto a uma cena de, no máximo, 30 segundos. Não sei o que o realizador (David Yates) fumou mas devia ser incrível. Em segundo lugar, toda a relação que Harry tem com Cho Chang é praticamente apagada do filme, com exceção daquele beijo esquisito (que ainda assim não é o mais esquisito da saga). Como se isto não chegasse para me deixar revoltado, a minha personagem favorita (Sirius Black) morre, o Voldemort (o feiticeiro mais negro de todos os tempos) entra no ministério sem qualquer problema (assim como os Devoradores da Morte), o Ministro da Magia revela-se como uma personagem cega pelo poder e ainda tens a Umbridge. Acho piada ao facto que J.K. Rowling transformou Satanás numa mulher e introduziu-a na história de Harry Potter como aquela professora que todos tivemos e detestamos. Tentando por a minha revolta de lado, acho que neste filme cometem-se erros demasiado graves para esta fase da saga. É por aí que eu classifico este filme como o pior da saga.


Classificação final: 7/10

Classificação IMDb: 7,5/10


Harry Potter and The Half-Blood Prince (2009)


Primeiro, vou apontar aquele que para mim é um erro de interpretação (e do realizador em deixar passar) e que também é conhecido como um dos piores beijos na história do cinema: a cena em que o Harry e a Ginny se beijam. Só para que conste, eles acabam por se casar e ter três filhos, e o primeiro beijo deles é o beijo mais esquisito e estranho de sempre. No livro, o beijo de Harry e Ginny acontece na sala comum dos Gryffindor depois de ganharem a taça num jogo em que Harry esteve a cumprir castigo com Snape. É uma daquelas cenas que se fosse passada para o filme, seria icónica. Mas pronto, os fãs tiveram de se contentar com aquele espécime de beijo. Como já disse anteriormente, não sei o que o realizador (David Yates) fumou mas devia ser incrível. A interpretação de Alan Rickman como Severus Snape atinge o seu apogeu neste filme, principalmente na cena de revelação do próprio ser o “Half-Blood Prince”. Posto isto, considero que o filme está ao nível do ‘Goblet Of Fire’: não é incrível, mas também não é dos piores da saga.


Classificação final: 7,8/10

Classificação IMDb: 7,6/10


Harry Potter and The Deathly Hallows - Part 1 (2010)


Possivelmente, a adaptação livro-filme mais bem conseguida a meu ver. Não tenho nada a apontar ao penúltimo filme da saga, sem ser a enorme tristeza que o público sente com a morte de Dobby. Uma morte marcante que oferece uma enorme força a um filme que representa a entrada para o sprint final de uma maratona. “Deathly Hallows Part One” é um filme as atuações do ‘Golden Trio’ se mantêm naquela linha a que o público já está habituado e as atuações de atores como Helena Bonham Carter e Tom Felton sobem ainda mais. Gostaria que também tivessem incluído uma das transmissões de rádio-pirata da Ordem da Fénix para salientarem ainda mais o clima de guerra existente no filme, mas compreendo a decisão de deixar essa pormenor de fora. Afinal de contas, não se pode incluir tudo numa adaptação.


Classificação final: 8/10

Classificação IMDb: 7,7/10


Harry Potter and the Deathly Hallows - Part 2 (2011)


É o sprint para a meta. “Deathly Hallows - Part 2” só me incomoda na morte de Voldemort. Tanto esforço e tanto trabalho para fazer que com que Voldemort seja morto como qualquer humano, para depois a personagem em questão ter uma morte sobrehumana. Acho que seria muito mais poético a morte de Voldemort ser como nos livros, em que o corpo cai no chão inanimado e é colocado numa sala à parte com os outros cadáveres de Devoradores da Morte. Agora transformar o seu corpo em pó assim que este perde o duelo com Harry, acho que só aumenta a grandiosidade do vilão. Contudo, é uma decisão compreensível e aceitável. ‘Deathly Hallows - Part 2’ é um fim perfeito de uma saga que marcou uma geração inteira: Harry mata Voldemort e fica com Ginny, Hermione e Ron ficam juntos após a destruição de Voldemort, Neville contribui para a morte do vilão, a proteção do amor de mãe volta a ser vincado graças ao duelo de Molly contra Bellatrix para proteger Ginny.


Classificação final: 8,2/10

Classificação IMDb: 8,1/10


Em suma, eu considero que a saga Harry Potter é um 8/10 muito sólido. Como ‘potterhead’, tenho de descontar dois pontos pelos erros de adaptação que fui mencionando ao longo do texto e que me incomodam bastante. Nesse desconto, também incluo os erros de interpretação que, de vez em quando, surgem ao longo dos oito filmes que compõem esta saga maravilhosa.


Fábio Moreira

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