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Panda do Kung Fu: Análise à Trilogia



Nesta crítica, irei comparar os três filmes do Panda do Kung Fu. Realço que não irei descrever com detalhe as histórias, até porque considero que são conhecidas. Todavia, os pontos mais relevantes do argumento serão mencionados, com o propósito de comparar os filmes.


Ao longo da trilogia, nota-se uma ligeira diminuição na qualidade dos filmes, mas nada de muito significativo. O segundo e o terceiro baseiam-se nos alicerces do primeiro, de maneira a alargarem a história de forma subtil. Mas foquemo-nos no original. É nos apresentado Po, o protagonista da história. Desde o início que tem o sonho de se tornar num grande mestre do Kung Fu, e de forma surpreendente e polémica, é escolhido por Oogway para ser o guerreiro dragão. Neste filme, tal como em Carros 1, temos uma relação de mestre e aprendiz na qual ambos evoluem como pessoas. Po tem de perceber o significado de ser o guerreiro dragão, e o mestre Shifu, por sua vez, tem de alcançar a paz interior, ao mesmo tempo que deve acreditar em Po para derrotar o vilão do filme. Oogway transmite a Shifu a principal mensagem do filme: ”nada acontece por acaso; tens de acreditar”, não esquecendo outras reflexões que devem ser registadas tal como: “Ontem é história, o Amanhã é um mistério, mas o Hoje é uma dádiva, é por isso que se chama presente.”. Todas as personagens, quase sem exceção, estão muito bem escritas. Apesar de o panda ser o foco do filme, todas as personagens secundárias elevam-se e tornam-se relevantes para a história. Quase todas possuem algum trauma ou alguma lição a aprender. O filme reveste-se de humor e comédia do início ao fim, até mesmo na batalha final. Um excelente filme que de facto mereceu a nomeação ao Óscar de melhor filme de animação.




Panda do Kung Fu 2 está apenas um degrau abaixo face ao primeiro. A razão para isso é a ausência de uma mensagem tão marcante como às apresentadas no original. Neste, Po necessita de alcançar a paz interior, e para algemar esse estado precisa de aceitar o seu passado, ou seja, algo que já vimos no mestre Shifu no filme antecedente. O vilão deste filme, Shen, não é tão feroz e forte como Tai Lung, apesar de ser mais engenhoso. Mas é com este que Po estabelece uma relação mais próxima. Nos vários encontros entre os dois, o panda toma conhecimento que a sua mãe se sacrificou para o salvar. Apesar de preferir o vilão do primeiro, por ser mais difícil de derrotar, esta relação entre o bem o e mal reveste o filme com uma complexidade bem detalhada. Apesar de ser inferior ao seu antecessor, este filme é mais que aceitável, e permite alargar o mundo que envolve o protagonista de forma constante, deixando em aberto a história para um terceiro filme.




No último filme da trilogia, Po deixa ser um aprendiz, e tem de se tornar num mestre por ordem de Shifu. Durante este processo, surge Kai, o antagonista da história. Consegue fugir do mundo dos espíritos, com o objetivo de derrotar os mestres de Kung Fu da realidade normal. Considero que o seu propósito foi bastante fraco, em comparação com os vilões anteriores. Tai Lung procurava vingança por não ter sido escolhido para ser o guerreiro dragão, Lord Shen desejava dominar a China e destruir a arte marcial. Assim, percebe-se que Kai não tem ambições tão sólidas. Parece que foi colocado na história para simplesmente existir um vilão. Não obstante, a aldeia dos pandas, na qual vive o pai de Po é o ponto mais forte do argumento. Tanto que na batalha final, todos auxiliam o guerreiro dragão através da redescoberta de ensinamentos que os pandas tinham esquecido. Por fim, em semelhança com o segundo, a mensagem é bastante simples. Neste, Po percebe que pode ser tudo o que quiser. Isto é, pode ser filho de um ganso, filho de um panda, o guerreiro dragão, um aprendiz e um mestre. Assim, este filme está um degrau abaixo face ao segundo, logo dois degraus abaixo em relação ao primeiro. E por estas razões, é percetível que seja o único filme da trilogia que não teve o privilégio de ser nomeado para o Óscar do melhor filme de animação do ano.


Em suma, uma trilogia a não esquecer, pela razão de ser notória uma coerência no argumento ao longo dos filmes. Existe uma passagem de testemunho clara, pois nenhum filme destoa completamente dos outros. É óbvio que o primeiro é o melhor, mas os restantes seguem os passos do primeiro de forma lógica e inteligente, tornando a trilogia bastante consistente.




Diogo Ribeiro

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