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Project Power: Conceito cativante mas sem profundidade



Project Power é um dos projetos mais recentes da plataforma Netflix, que cativa logo o olhar pela fantástica capa que possui, e pelo elenco de atores. Esta produção conta com Jamie Foxx, Joseph Gordon-Levitt e Dominique Fishback, e foi realizado por Henry Joost e Ariel Schulman. Sinceramente, o conhecimento que tinha sobre este filme era nulo que nem sequer formulei nenhuma expectativa. O que na verdade é ótimo porque assim poderia surpreender-me com mais facilidade.


Se tivesse de catalogar este filme seria uma tarefa um pouco ambígua. Posso dizer que é repleto de ação, e acrescento que trata o tema dos super-heróis de uma maneira nada habitual. Como o filme é bastante recente, não irei descrever a fundo o argumento para que possam ler esta crítica à vontade. De uma forma geral, uma nova droga é colocada a circular, que confere poderes únicos durante um certo período a quem a consome. Todavia, enquanto algumas pessoas desenvolvem super-força, ou pele à prova de balas, ou super-velocidade, outras exibem efeitos letais. Em consequência, o nível de criminalidade aumenta na cidade, e um polícia local (Joseph Gordon-Levitt) decide combater essa força com a mesma força, isto é, compra a cápsula para consumo próprio para capturar os criminosos que estão sobre o efeito da mesma. No fundo, é uma forma de garantir o equilíbrio. O polícia compra a cápsula a uma protegida com o nome de Robin (Dominique Fishback), que pretende ganhar dinheiro para ajudar a mãe. Ao mesmo tempo, Art (Jamie Foxx), cruza-se no caminho das personagens anteriores, e pretende derrubar o grupo responsável pela criação da droga, pelos motivos óbvios e também por uma razão secreta que não irei revelar.


No que toca às prestações dos principais atores, todos eles fazem um trabalho satisfatório na tentativa de espelhar realismo e emoções convincentes. Especial destaque para Dominique Fishback, que é capaz de vestir o papel da melhor personagem do filme, com os improvisos de rap a serem o principal toque de brilho da mesma. Não esquecer que Dominique ocupa a maior parte do tempo de tela, dividindo os seus minutos com atores de alto gabarito.


Por outro lado, quer a narrativa, quer as personagens (exceto Robin), não possuem nenhuma profundidade, principalmente a personagem do polícia que não é enriquecido com nenhum tipo de contexto. Até mesmo os vilões do filme são muito pouco explorados, tornando-se naqueles antagonistas básicos e simples. Apesar do conceito ser fascinante, não prende o espectador ao longo do filme, isto porque o argumento focou-se mais nas cenas de ação, de maneira a garantir o entretenimento fácil. Essas mesmas cenas usufruem muito de CGI, e algumas são bastante razoáveis, mas outras caiem no nível do amador.


No fundo, Dominique Fishback é a mais valia do filme, mas foi pena que o filme não tenha acompanhado a atriz no que toca ao fator surpresa. Acredito que se o filme espelhasse mais detalhes e pormenores relevantes na narrativa, muito provavelmente o filme tinha atingindo o seu potencial. O filme de todo que não é mau, mas ao situar-se na zona segura de garantir divertimento simples, não fornece ao público algo único e inovador. Existe de facto um tratamento inteligente no que toca à moral/mensagem da história, mas não é de um pequeno detalhe isolado que se cria uma boa sessão. Um filme sem foco e sem dedicação para o produto como um todo, que pouco sobra de realmente interessante e aproveitável para o espectador. Uma longa metragem que por não ter ido mais além, vai cair nas páginas do esquecimento.


Diogo Ribeiro

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