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Raya e o Último Dragão: Premissas Repetidas


Raya e o último dragão podia ser mais um filme de princesas típico, mas na realidade consegue escapulir-se dos padrões românticos que são a base de filmes como: Frozen, Tangled e Princess and the Frog. Neste caso, temos uma história com mais ação, aventura e mistério. Contudo, quando cheguei ao fim senti que certos elementos desta longa metragem são quase retirados de alguns filmes de muito sucesso da Disney, e depois dessas caraterísticas serem misturadas neste projeto ficará no ar uma dúvida: “Eu acho que já vi isto em qualquer lado”. Posteriormente, e com algum tempo para meditar sobre esse pensamento, descobri quais os filmes que podem ter inspirado a produção deste filme.


Antes demais, a história segue Raya, a filha do chefe da cidade chamada Coração (todas os locais são batizados com um nome de uma parte do corpo do dragão). O seu propósito é salvar todos os reinos de uma ameaça antiga nominalizada por Druun, que dizimou todos os dragões exceto um, refiro-me a Sisu. Este último dragão foi responsável por salvar a população através da incorporação de toda a magia dos outros dragões numa pedra mística. Todavia, não foi suficiente para salvar os outros dragões. Durante muitos anos os reinos marcaram as suas diferenças e ninguém acreditava no vizinho do lado. O que antes era um povo unido chamado Kumandra passou a ser um grupo de populações inimigas uma das outras. E a tal ameaça voltou para transformar as pessoas em pedra. O filme inicia-se com Raya quando era criança, e depois de um conflito entre dois reinos, a ameaça transformou o seu pai em pedra. A partir desse ponto a nossa protagonista inicia uma viagem que visa encontrar o último dragão de maneira a destruir esse vilão sinistro. Pelo caminho, a princesa terá que percorrer todos os reinos e enfrentará ameaças que permitirão sequências de lutas repletas de ação muito cativantes.



Como quase qualquer filme da Disney, este também possui aquela personagem mais cómica. Refiro-me ao próprio dragão Sisu, que possui poderes relacionados com a água e ainda consegue transformar-se numa humana (sim o dragão é fêmea). Pelo caminho, várias personagens juntam-se à jornada de Raya, constituindo assim um grupo aleatório no que toca às diferenças que os separam em vários níveis, mas que possuem o mesmo objetivo. Algo semelhante ao grupo do Senhor dos Anéis ou até mesmo da Idade do Gelo.

A principal mensagem do filme é espelhada através da experiência da princesa ao longo do filme. Raya inicialmente está agarrada a um individualismo enorme, isto porque não pensa na salvação de todos como fator prioritário, mas sim na salvação do seu pai. Raiva e arrependimento preenchem a sua alma, e as suas aventuras apesar de serem levadas a cabo por si com grande responsabilidade e organização, acarretam muita desconfiança, principalmente face às pessoas que cruzam o seu caminho, mesmo que aparentem ser do lado “bom” da história. A sua aprendizagem incide na união de todos com base na confiança.


Este filme é capaz de mostrar que é possível criar um grande projeto colocando de lado músicas mediáticas e pares românticos que já sabemos que vão ter um final feliz. Possui uma narrativa cativante e surpreendente que nos agarra ao ecrã. Não obstante, vejo muitos traços retirados de outras princesas da Disney, tal como referi na análise ao trailer há uns meses. Raya é mistura do espírito de Pocahontas, com a capacidade de guerreira da Mulan, com a coragem de Merida, entrelaçada numa história de união de reinos que já vimos em alguns filmes. Lá no fundo não oferece assim nada de novo, mas como é óbvio garante uma boa sessão de entretinimento para os mais novos. Os fãs mais exigentes da Disney sentirão um certo vazio no final pelo facto de certas premissas já serem repetidas do passado.


Diogo Ribeiro

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