top of page
Foto do escritorunderscop3

The Fountain: uma viagem de reflexão



Darren Aronofsky é um nome conhecido para quem já viu “Black Swan” e “Requiem for a Dream”. Mas, irei abordar uma obra menos conhecida da sua filmografia, “The Fountain”, que conta com Hugh Jackman e Rachel Weisz.


Antes demais, afirmo que o filme não é fácil de digerir por algumas razões, a principal foca-se na quantidade de respostas que são levantas e que não são respondidas. Até porque o objetivo do realizador foi mesmo esse, arquitetar questões existenciais sem criar nenhum caminho para alcançar uma solução concreta. A caraterística principal do filme é a presença de três realidades distintas, separadas por muitos anos. Na realidade dos tempos atuais, um cientista (Hugh Jackman) luta para encontrar uma cura contra o cancro, não só por motivos profissionais, mas também porque a sua mulher (Rachel Weiz) sofre da doença. Na realidade do século XVI, um navegador (Hugh Jackman) tem como missão descobrir a mítica árvore da vida eterna. Por último, numa vertente mais futurista, temos novamente Hugh Jackman numa espécie de meditação com vista a desvendar questões da existência humana.


Considero um ato corajoso a produção deste filme, pois Darren Aronofsky é audaz ao conceber um filme que aborda temas distantes dos gostos gerais dos espectadores. Não existe de todo (e ainda bem) uma preocupação em tornar acessível a tarefa de quem vê a perceber as suas ideias. Inclusivamente, reside um desafio complexo para acompanhar a narrativa de forma profunda. Até porque qualquer resposta que se possa concluir, tem de ser construída pelo espectador, sempre na área do abstrato, no sentido em que nenhuma conclusão está errada.


O argumento é de longe cansativo, isto para quem quiser embarcar a fundo nos alicerces do filme. É predominante um clima mítico, espelhado em imagens que visam analisar questões metafísicas. Torna-se uma experiência muito ambiciosa, que vai para além do discurso das personagens, pois as palavras não chegam para atingir a total compreensão do filme.

Hugh Jackman oferece uma performance muito sólida, uma vez que demonstra total versatilidade ao interpretar três personagens distintas, colocando de parte qualquer repetição de alguma caraterística entre as personagens. Rachel Weisz apesar de ter pouco tempo de tela, oferece momentos muito marcantes e belos, tornando a sua personagem num dos motores principais da história.


Darren Aronofsky concebeu uma fantástica longa metragem afirmando a sua singularidade no meio do cinema. Poderia alongar-me ao descrever muitas obras do mesmo, mas focalizo que esta hora e meia de filme permite ao espectador embarcar numa viagem de procura de respostas, que porventura poderão mudar ao rever o filme, pois não é algo que se deva ver apenas uma vez.




Diogo Ribeiro

13 visualizações0 comentário

Comments


bottom of page