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The Trial of Chicago 7: Palavras e Argumento

  • Foto do escritor: underscop3
    underscop3
  • 22 de abr. de 2021
  • 2 min de leitura


Inspirado em eventos reais, Aaron Sorkin traz-nos um olhar sobre este julgamento que durou 151 dias. Não sei até que ponto dizer o desfecho desta história verídica pode ser um spoiler para vocês se não souberem nada dos acontecimentos, mas o que posso dizer é que, após ver este filme, dá muita vontade mesmo de ir pesquisar sobre o assunto, perceber o que aconteceu, e tentar conhecer melhor as personagens.


Digo isto porque nós não temos propriamente uma apresentação das mesmas, neste caso dos arguidos. O filme demora mais ou menos 15 minutos a levar-nos até ao interior do tribunal onde os testemunhos são dados e as acusações são feitas, o que acaba por surtir este efeito de pesquisa após acabarem as duas horas de duração, nem que seja para percebermos o que realmente aconteceu.


E Aaron Sorkin faz um ótimo trabalho. Ao longo do julgamento vamos percebendo o que aconteceu através de flashbacks, o que está em causa, e sem dúvida que assistimos a alguns momentos que nos deixam de coração na boca… às vezes por serem tão semelhantes à nossa atualidade.


Durante o filme e muito graças à realização e argumento, nunca conseguimos retirar os olhos do ecrã. Se tiverem aquele pensamento de que só vão ver um pouco agora e o resto mais tarde, esqueçam, vai ser muito complicado não continuarem a ver. No fundo, uma realização impecável e essencial, tendo sido até mesmo utilizadas imagens dos eventos reais.


Como disse, o julgamento dura e dura, e com o passar dos dias, vamos também entendendo que a disposição do mesmo já não é igual. Se no início nos é mostrado uma vontade em querer mostrar a razão pela qual eles estão a ser acusados, resultando em diversas acusações de desrespeito ao tribunal por parte dos arguidos, a meio já temos quase um ambiente em que se faz uma questão ao juiz e já respondem todos em conjunto a resposta que sabem que vão ter, chegando mesmo a um momento em que eles já sabem que vão ser acusados de uma maneira ou outra e como tal já não têm nada a perder.


É daqueles filmes em que, sim, vemos violência e vemos as coisas a acontecer através da mesma por vezes, mas a maior arma utilizada são as palavras, as expressões e as citações.


O elenco também não podia ser melhor. Fazem todos um trabalho incrível na representação desta história, mas os grandes destaques vão para Eddie Redmayne como Tom Hayden que brilha o filme todo (especialmente na cena final), Sacha Baron Cohen como Abbie Hoffman, que acaba por se tornar o comic relief do filme juntamente com Jeremy Strong que interpreta Jerry Rubin, e Mark Rylance como o advogado deles (William Kunstler), que é a voz do público.


A banda sonora de Daniel Pemberton é fundamental neste filme. Os crescendos que ela vai tendo em momentos mais tensos e as músicas escolhidas para os acompanhar, ajudam a que desde cedo estejamos dentro do mood que o filme tem.


Apesar das grandes valências deste filme e por mérito de outros filmes nomeados aos óscares, creio que “The Trial of Chicago 7” só terá hipóteses de levar para casa o prémio na categoria de melhor argumento original.

Diogo Ribeiro

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