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The Woman in the Window: Um Final Dececionante


A plataforma Netflix lançou recentemente o filme “The Woman in the Window” protagonizado por Amy Adams, que partilha o ecrã com Fred Hechinger, Gary Oldman, Julianne Moore e Anthony Mackie. Só o elenco já motiva qualquer espectador a ver esta longa. Aliás, a atriz principal possui 6 nomeações aos óscares, Gary Oldman conta com uma estatueta num total de três nomeações e Julianne Moore também possui um óscar num total de quatro nomeações. Logo, com atores deste calibre muito se espera deste filme.


Este novo projeto da Netflix conta a história de Anna Fox que possui agorafobia, que se trata de uma perturbação caraterizada por sintomas de ansiedade em resposta a situações em que a pessoa perceciona como inseguras ou das quais é difícil escapar. Entre essas situações estão espaços abertos como centros comerciais, tráfego rodoviário ou outra circunstância em que a pessoa se encontre fora do local de residência. Anna vive sozinha em casa e sabe-se que perdeu o marido e a filha num acidente de carro. Tendo em conta a sua perturbação, Anna é acompanhada e medicada por um psiquiatra, algo que é relevante no decorrer da ação. Tudo muda quando conhece os novos vizinhos do outro lado da rua, um casal rico e com um filho adolescente. Anna começa logo a suspeitar da família Russel e acaba por receber em sua casa uma mulher que se intitula como a Jane Russel. Esta por sua vez é assassinada na casa dos Russel e Anna assiste a tudo através da janela. Com o passar dos dias, Anna debata-se contra os vizinhos e a polícia sobre o que aconteceu. Tendo em conta a medicação que toma habitualmente, os restantes consideram que tudo se trata de alucinações. A protagonista também começa a duvidar de si própria, até porque foi a única que conheceu a mulher que visitou a sua casa, nem mesmo David, o seu inquilino que vive na cave, sabe da existência da mulher. Como é óbvio a narrativa não fica por aqui, mas não quero revelar o clímax final para não vos estragar a experiência.


O filme, em diversos momentos, transporta-nos para o famoso clássico “Rear Window” realizado por Alfred Hitchcock. Contudo, essas semelhanças desvanecem-se com o passar da história. O foco do espectador centraliza-se na dúvida se tudo é real ou imaginação. Na instância em que essa premissa fica clara, mais no final do filme, fica no ar um sentimento de desilusão. Digo isto porque o conceito do filme é extraordinário e dele poderiam crescer caraterísticas daquele terror psicológico que muitos fãs apreciam. A revelação fica muito aquém das expectativas. Com este tipo de narrativa e com um elenco de luxo, é muito anormal o que produziram para fechar a história. Claro que existe uma ligeira surpresa no final, mas não é suficiente para considerar esta longa como uma obra cheia de valências.


No fundo, e apesar dos diálogos recheados de requinte, dos planos que acompanham Anna durante a sua viagem pela descoberta da razão e da prestação sólida de Amy Adams, o filme desilude bastante na consagração da narrativa. Infelizmente, é daqueles filmes em que o final estraga o que foi construído até então. Para os cinéfilos mais exigentes, este projeto não satisfaz o “palato cinematográfico”. Obviamente que o filme não é mau, longe disso até, mas fica uma certa “sede” de algo mais que podia ter sido construído para elevar esta longa a um nível de qualidade elevada.


Diogo Ribeiro


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